Muitas vezes a questão do aborto é colocada no campo da consciência de cada um. Por exemplo, nesta noticia, podemos ler:
Diz ainda a noticia que Maria de Belém Roseira defendeu ainda o prazo das dez semanas, com o facto de se tratar de "uma gravidez inicial e cuja IVG não acarreta tantos riscos para a mulher".
Mas vamos lá outra vez, se o aborto é uma questão de consciência, o prazo também não o deveria ser?
Maria de Belém Roseira considerou ainda que o "aborto, como matéria de consciência", não se pode regular em códigos morais. "A consciência do outro não será superior à minha e a minha não será superior à do outro."A verdade, é que ex-ministra da Saúde e da Igualdade, comete aqui um dos erros básicos que os defensores do "sim" estão constantemente a cometer. Não me parece que todos os defensores do "não" queiram impôr a sua consciência à dos outros. Agora, achando que no aborto o que está em causa é a perda de uma vida humana (a do feto), é normal que queiram impedir que a lei permita a eliminação desta vida, ou não? A questão aqui, centra-se sempre no estatuto que queremos para o feto. Pelos vistos, o melhor que se vai arranjar, é um novo estatuto até às 10 semanas, e o estatuto do feto depois das 10 semanas manter-se-à igual ao actual.
Diz ainda a noticia que Maria de Belém Roseira defendeu ainda o prazo das dez semanas, com o facto de se tratar de "uma gravidez inicial e cuja IVG não acarreta tantos riscos para a mulher".
Mas vamos lá outra vez, se o aborto é uma questão de consciência, o prazo também não o deveria ser?
O que me irrita nesta discussão, é o facto da maior parte dos que intervém publicamente por um ou por outro lado, aparentarem sempre uma certeza absoluta sobre a sua posição, quando esta é talvez das questõs onde quase todas as posições são relativas.
E gostei, gostei muito, deste post do João Caetano Dias (aka jcd) sobre o assunto (não fosse o João um algarvio).
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