Os suíços rejeitaram em referendo, por mais de 70% dos votos, a criação de um sistema nacional de segurança social, tal como era proposto pelos partidos de Esquerda, optando assim por manter a actual situação de seguros médicos particulares.
Até que uma tal (difícil) reforma institucional tenha eventualmente lugar, o sistema vigente impõe a mais fácil das soluções: a geração no poder impede qualquer modificação no sistema, preservando os seus direitos e impondo às gerações mais jovens a obrigação de os pagar. Esta, contudo, pode ser uma vitória pírrica.
Quando as actuais 2ª e 1ª geração chegarem ao poder, os custos do elevado numero de pensionistas a seu cargo, predominantemente a actual 3ª geração, poderão ser incomportáveis. Porventura, à nova “geração no poder” não restará outra solução do que reduzir os benefícios dos pensionistas, os quais serão apanhados de forma totalmente desprevenida: convencidos da inalienabilidade dos seus direitos, nunca na sua fase activa sentiram a necessidade de criar o seu próprio sistema de previdência individual, pelo que estarão totalmente impreparados para a crise do sistema que poderão enfrentar no final das suas vidas.
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