Nem sempre (para não dizer quase nunca) de acordo com as ideias expressas a cada post que vai debitando no Portugal Contemporâneo, mas Pedro Arroja é sem dúvidas um dos que vale a pena ler, não só pelo que diz, mas pelo que faz pensar, inerente à sua capacidade para reflectir de forma diferente ao mundo em que vivemos.
Terceiro, mas então como explicar essa ideia generalizada de que somos um país subdesenvolvido? Simples, obra de aspirantes a políticos, sobretudo intelectuais e universitários. Possuindo eles a autoridade para declamar os índices de desenvolvimento económico e social, mas também uma grande ambição para chegar ao poder, tirando de lá os que lá se encontram, nada mais eficaz do que passar a mensagem falsa de que o país é pior do que aquilo que na realidade é - uma consequência da politização das universidades e do domínio da ideologia, a que me referi em posts anteriores.O problema seria então o que fazer dos nossos funcionários públicos. Mandá-los para o Canadá? Eu não lhes desejaria tal sorte. Em breve, haveria uma revolução no país, com os cidadãos canadianos a pegarem nos seus novos funcionários públicos, recém chegados de Portugal, e a lançarem-nos, em massa, às cataratas do Niagara ou para dentro de algum lago gelado. E a ironia é que eles seriam deitados às cataratas ou ao lago sem saberem bem porquê, julgando genuinamente que estavam a cumprir de forma exemplar as suas funções - prestando vassalagem às hierarquias, em lugar de servirem o público.
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