Os governos dispendem boa parte do seu tempo a solucionar problemas de curto prazo, raramente se concentram nas soluções a longo prazo - tanto mais quanto as soluções a longo prazo raramente tem beneficios no imediato.
Quem nos governa recusa então tomar decisões a pensar no futuro longínquo (as chamadas reformas estruturais) e prefere pequenos ajustes que dêem garantias de que o problema é adiado - pelo menos - até ao final do tempo que quem governa espera ficar a governar.
Isto quer dizer que, sempre que é obrigado a decidir, quem governa (geralmente) abdica do futuro mais longinquo (o mais importante) a favor do futuro mais próximo. As decisões são tomadas em prol da geração actual (os que votam) em desfavor da geração futura.
Numa sociedade envelhecida como é a nossa, em que os mais idosos tem um peso eleitoral desproporcional em relação aos mais novos, isto reflecte-se nas politicas governamentais.
Tal é particularmente visível na politica de saude e de segurança social.
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