"The smallest minority on earth is the individual. Those who deny individual rights cannot claim to be defenders of minorities." Ayn Rand

sexta-feira, novembro 23

Vista


Já vista a quarta temporada da série The L Word. E sendo um facto que não vi a primeira e segunda temporada, só posso afirmar que a diferença entre a terceira e a quarta temporada é abismal, a favor desta última, confesso. Até 8 de janeiro - data em que a 5ª temporada entra no ar - tenho mais que tempo para ver as duas primeiras temporadas que me faltam, mas tenho sérias dúvidas que atinjam o nível desta que acabei de visionar. A verdade é que se o formato mantém-se, a série de certa forma evoluiu para um novo conceito, sobretudo ao nível da imagem - entrando num campo mais Steven Sodersbergh, se é que percebem o que quero dizer. A esse nível, refira-se por exemplo duas cenas: a primeira, o momento brilhante da apresentação de Shane (Katherine Moennig) a Papi (Janina Gavankar) [aqui]; e a segunda, a brilhante abertura do episódio com as conversas telefónicas intercruzadas [aqui].

No elenco, o desaparecimento de Carmen (Sarah Shahi) não representou muito mais que a perda de uma cara laroca, mas ganhou-se a Paige Sobel (Kristanna Loken - fica prometida a foto para quem não conhece a senhora) o que faz com que na comparação, cá para mim, não se tenha perdido nada. A perda de Dana (Erin Daniels) também é facilmente ultrupassável, aliás, a terceira temporada já tinha resolvido esse assunto - e para quem não notar, está aqui implicita uma critica aos últimos dois episódios da temporada número 3 (para mim, a morte de Dana teria de coincidir com o final da terceira temporada).

Outra cara nova é a de Phyllis Kroll (numa aparição fantástica da veterana Cybill Shepherd), que em idade avançada descobre que é lésbica, para em alguns episódios proporcionar os momentos mais "adolescentes" da série - oh! the first love, my god! - com a sua primeira experiência.

Bette Porter (Jennifer Beals), agora numa nova vida como reitora, envolve-se inicialmente com uma aluna para pouco depois cair nos braços de Jodi (Marlee Matlin). Sinceramente, tirando a força da representação de Jennifer Beals, não gostei muito do plot que lhe calhou nesta temporada - refira-se no entanto, que não deixou de ser melhor que o argumento depressivo da terceira temporada.

A Tina (Laurel Holloman) vê-se confrontada com a diferença entre o mundo em que vivia e o que passou a viver fruto da sua relação hetero - no fim de contas, a troca de equipa vai ser abalada, e o amor por Bette vai reaparecer.

A Alice (Leisha Hailey) mostra-se muito mais alegre nesta temporada, fruto de não sofrer do sindrome da separação de Dana que a acompanhou durante toda a terceira temporada, para mal da personagem e da actriz. Nesta temporada, deu-se espaço para a Alice brilhar, ou melhor dizendo, para Leisha Hailey brilhar - e se brilha. Em contrapartida, Helena Peabody (Rachel Shelley) perde brilho - calhou-lhe um argumento mau, se querem a minha opinião.

Max (Daniela Sea), a antiga Moira, passa a personagem de corpo e alma nesta temporada. E Jenny (Mia Kirshner) mantém o estatuto de cabeça no ar do grupo - o que lhe fica bem - e garante algumas das situações mais caricatas à temporada.

A Shane é claramente a personagem on fire da quarta temporada - e mais não digo.

Na globalidade, a quarta temporada é constituida por episódios muito bem conseguidos, sendo a clara excepção o último - o mais piegas. Começo a perceber que há aqui uma norma. Os argumentistas são muito bons a escrever as histórias, mas tem uma grande dificuldade em fechá-las - resvalam demasiado para o plano sentimental, neste caso, ou não conseguem comprimir tudo numa hora (o caso da terceira temporada). Mas vejam, e depois digam qualquer coisinha...

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