As mulheres nas primárias norte-americanas tem preferido Hillary Clinton a Barack Obama. Vêem nela a possibilidade de terem uma mulher pela primeira vez no posto mais alto da nação. Eu percebo a excitação feminina para com Hillary, mas acho que há uma parte dessa excitação que não se justifica. Hillary dificilmente será representativa das mulheres que fizeram a sua carreira única e exclusivamente com base nas suas capacidades, se a mesma está hoje a liderar a corrida democrata é porque tem o peso do nome Clinton a ajudar.
Até Iowa, Hillary Clinton tentou gerir a sua campanha como uma campanha única e exclusiva da própria, o marido e ex-presidente americano Bill Clinton raras vezes alcançava o protagonismo. A verdade é que com esta estratégia foi derrotada por Obama. Daí para a frente é o marido de Hillary que faz a campanha. É Bill que comanda as tropas e é Bill que faz os ataques mais fortes a Obama, cirurgicamente reservados para o dia anterior ao dia da votação.
O próprio Barack Obama vê-se confrontado com a necessidade de fazer ataques não a Hillary, mas à presidência de Bill Clinton. Se é nesta candidata, subalterna do marido, que as mulheres vêem a possibilidade de uma das suas chegar à casa branca, então devem estar muito desesperadas...
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