Através do site do Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia, chego a este quadrozinho.
E o que é que se pode concluir de tal quadro:
- Que 5,00% dos filmes que passaram em Portugal em 2005 eram portugueses, e que a receita dos mesmos correspondeu a 3,13% das receitas totais.
- Que 23,46% dos filmes que passaram em Portugal em 2005 eram europeus, e que a receita dos mesmos correspondeu a 8,02% das receitas totais.
- Que 38,08% dos filmes que passaram em Portugal em 2005 eram norte americanos, e que a receita dos mesmos correspondeu a 61,88% das receitas totais.
- Resumindo e concluindo: com este quadrozinho, eu chego à conclusão que no ano de 2005, 59,62% dos filmes que passaram em Portugal foram produzidos em exclusivo, ou em parceria, pelos norte americanos, e que estes obtiveram 87,14% das receitas totais.
Mas ainda há mais:
- O público gosta mais dos filmes americanos, do que dos filmes europeus ou portugueses. Dos 20 filmes mais vistos do ano, há um português, um do Reino Unido, e o resto implica produção norte-americana. Melhor consulta aqui.
- O resultado dos filmes portugueses é satisfatório, mas isso porque há um fora de série: O Crime do Padre Amaro, que corresponde só por ele a mais de 65% de toda a receitas que os filmes portugueses geraram (e foram 13 filmes). Ainda me sinto pior, por saber que o cinema português é financiado por todos nós, através dos subsidios atribuidos pelo Estado, e afinal de contas tem rentabilidade tão baixa - curiosidade do fora de série ser subsidiado por uma empresa privada: a SIC.
- O cinema europeu anda pelas ruas da amargura e não convence as audiências - e para piorar as coisas: 20% das receitas totais conseguida por filmes europeus devem-se a um único filme: A Intérprete, produzido no Reino Unido. É fácil concluir que o cinema anglófono está muito mais em voga que o cinema francófono.
- Os piores filmes do ano foram: Exils (6 bilhetes - 12 euros de receita); Primavera no Outono (17 bilhetes - 59,5 euros de receita); Kanchatka (25 bilhetes - 89,5 euros de receita); Podium (162 bilhetes - 630,6 euros); 800 balas (224 bilhetes - 973,75 euros); O 7ºDia (252 bilhetes - 1007,50 euros); Illumination (392 bilhetes - 1537,60 euros); Golpe a Golpe (502 bilhetes - 2260,75 euros). Curioso será notar que no IMDB tem quase todos média acima de 7, mas sempre menos de 1000 votos... é o que se chama nichinho de mercado. Mais dados aqui.
PS: O que vale é que em 2004 a situação havia sido pior: 58,52% dos filmes que passaram em Portugal foram produzidos em exclusividade, ou em parceria, pelos norte-americanos, e obtiveram 92,99% das receitas totais. Em 2004, dos 20 filmes mais vistos do ano, todos tinham produção norte-americana. O que pode significar que a tão falada educação do público, que alguns agentes culturais em Portugal tanto apregoam, já começou. Viva a Rivolução!!! Viva!!!
PS2: Como é óbvio, as últimas duas linhas do meu último post scriptum, não são para ser levadas a sério.
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