"The smallest minority on earth is the individual. Those who deny individual rights cannot claim to be defenders of minorities." Ayn Rand

domingo, janeiro 7

Conhecimento Limitado

As noticias internacionais neste país limitam-se à Europa (para não dizer à União Europeia), às antigas colónias portuguesas, aos Estados Unidos da América, e por fim, a tudo o que se possa associar aos Estados Unidos, estando incluído neste último ponto o conflito israelo-palestiniano.
Aliás, penso que na Europa Ocidental as coisas não são muito diferentes do que se passa em Portugal. Não é por isso de estranhar que quando um player local queira aparecer no mapa, a solução é criar fricção contra o poder americano. Assim foi com Chávez na Venezuela, assim foi com Ahmajinedad no Irão. E poucos imaginam o suporte popular que estas figurinhas grassam na Europa pelo simples facto de fazerem frente ao "diabo" americano - inclusivé de personalidades de quem nunca se suspeitaria que tal acontecesse, como Mário Soares.

Os portugueses ficam então com uma visão do mundo limitada. E fomentado pelo espirito anti-americano que grassa, a noticia internacional que mais importa, é aquela que melhor demonstre a fraqueza dos americanos. Daí que o conflito israelo-palestiniano nos últimos anos tenha assumido uma visibilidade mediática gigantesca. Associa-se tudo o que de mau por lá se passa aos americanos, e acusam-se os americanos de não favorecerem uma solução para o conflito. Isto porque são parciais: torcem pelos israelitas. Como se houvesse alguém imparcial neste tipo de coisas. Eu cá por mim, gosto de escolher um lado, e o meu lado é ao lado dos que pensam como eu, dos que agem como eu, dos que tem os mesmos valores que eu... resumindo, do lado dos israelitas.

Quando Israel ataca o Libano em busca do Hezzbolah, a culpa é dos Estados Unidos, pois dão cobertura aos agressores... quando o Hezzbolah rapta soldados israelitas, apoiado pelo Irão, a culpa é dos Estados Unidos, porque não resolve o problema do médio oriente, pelo contrário agrava-o, com a cobertura que dá a Israel... a culpa é sempre dos americanos, porque são os policias do mundo. E são as mesmas pessoas que apontam o dedo à América por querer ser policia do mundo, que depois lhes exige que sejam policias do mundo, e resolvam todos os problemas do mesmo. São sempre culpados. Ou porque querem ser policias do mundo, o que está mal, ora porque sendo policias do mundo, não resolvem os problema do mundo, o que também está mal. Os casos onde os policias do mundo não intervém, são irrelevantes, ou de enorme relevância, porque deviam ter intervido.

Mas agora há um caso que deixa as alminhas anti-americanas ainda mais satisfeitas: o Iraque. O grande falhanço dos policias do mundo. Um falhanço maior do que aquele que está-se a verificar no Afeganistão, sendo que este praticamente não tem cobertura noticiosa, vá-se lá saber porquê. O Iraque deixa as alminhas satisfeitas, que já não viam um falhanço tão grande desde o Vietname, e essa merda foi lá para inicios da década de 70 do século passado, e portanto há muito tempo atrás. Entre os falhanços, houve uns bons anos para criar e educar mais umas novas alminhas anti-americanas, processo facilitado na década de 90, quando o outro lado, a URSS, desapareceu. Sem a comparação com a URSS, os americanos ficaram a perder. Agora compara-se a superpotência hegemónica com uma idealização feita por cada um de nós. Compara-se algo que existe, com algo que nunca existirá, e os americanos saiem sempre a perder.

Com o Iraque, quem ficou também a perder foi o conflito israelo-palestiniano, saiu das noticias. Será que este perdeu a importância que tinha? Não, simplesmente o que agora assiste-se é a uma guerra civil entre os palestinianos... dificilmente a culpa pode ser associada aos americanos (embora exista quem tente) e por isso não interessa falar muito mais nisso, ou pior, as pessoas já não lhe dão a mesma importância. Têm o Iraque com que se divertir e apontar o dedo à américa. E esta, a possibilidade de apontar o dedo à grande América, é no último caso o que mais interessa a boa parte dos opinadores.
Os Estados Unidos são o policia do mundo, e há quem na Europa gostasse que esta fosse o tribunal do mundo. Só se esquecem que nenhum tribunal tem valor se não tem uma força que imponha a sua lei. Ou talvez saibam, por isso querem usar os EUA para impor uma lei, que não a dos EUA, mas a da Europa.

É por essa e por outras que noticias como estas passam ao lado:
Quantos portugueses saberão o que se passa no Sri Lanka? E na Somália? E no Sudão? E o que se passou em Ruanda? Bem, ao menos no Ruanda, quem viu o filme Hotel Rwanda saberá...
Não, mas vamos lá novamente, o que mais interessa é isto:

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