"The smallest minority on earth is the individual. Those who deny individual rights cannot claim to be defenders of minorities." Ayn Rand

domingo, fevereiro 4

Dune de Frank Herbert

Lembro-me de há muitos anos atrás ter apanhado um filme na televisão. Fiquei imediatamente apaixonado pela história desse filme. Na altura, gostei, mas não fazia a minima ideia do que tinha acabado de ver. Mais tarde, revi esse filme, o seu nome: Dune, de David Lynch. Já devo ter visto o Dune do Lynch uma mão cheia de vezes, e fico sempre apaixonado com a qualidade da história, e apesar de eu hoje reconhecer que o filme não alcançou todo o potencial do livro, eu considero-o uma ode à ficção cientifica.
Também vi a mini-série Dune que passou em 2000 no Sci-Fi Channel nos Estados Unidos. Voltei a gostar, sinto-me sempre esmagado pela grandeza da história, não consigo evitá-lo. Se o actor é bom, se o actor é mau, se o realizador é bom, se o realizador é mau, tanto faz... basta a história para gostar do filme.
Fui então tentado a ler o livro. Fui à FNAC do Colombo e procurei essa obra de seu nome Dune, escrita por Frank Herbert. Não achei com tradução em português... não faz mal, venha dai um Dune na lingua original, em inglês. Li o livro, adorei.
Se o Lord of the Rings é unanimemente considerada a melhor obra de fantasia do mundo, Dune tenderá a ser considerada a melhor obra de ficção cientifica jamais criada. O universo criado por Herbert é de uma aterradora complexidade que nos deixa perplexos pela infindável rede de plots e mini-plots que envolvem a história. Pelo extraordinário background histórico criado para dar suporte à história que se conta. Pela capacidade de imaginarmos aquele mundo ficcionado como um mundo a que nós podiamos pertencer, ou melhor, por pertencermos a um mundo que de certa forma se encontra ali espelhado. Ao contrário de Lord of the Rings, onde a divisão entre o bem e o mal é facilmente traçada, em Dune não é essa a luta que se trava. Não é o bem e o mal que está em causa. É o poder, e a sede pelo poder.
Naquele que no inicio é Paul Atreides e que mais tarde se transforma em Muad'dib, o que se vê não é um simples herói que luta pelo bem contra o mal. O próprio Paul Atreides tem dúvidas em relação aquilo que Muad'dib poderá representar no futuro.... com visões sombrias de um exército que mata milhares em seu nome.
Poderia continuar aqui neste post a explicar o universo de Dune. Passava agora para a importância da spice melange que naquele universo é o sustentáculo de toda a actividade económica, e cuja produção encontra-se unica e exclusivamente no planeta Arrakis (aka Dune) - aquilo é uma espécie de Médio Oriente e o seu petróleo, lá está, as semelhanças com a realidade. Podia falar dos Fremen, o povo de Arrakis, os únicos que, por estarem habituados a um ambiente adverso, conseguirão fazer frente aos (até ai imaginados invenciveis) Sardaukar. E das três familias politicas (denominadas casas) mais importantes da história: a casa Atreides, a casa Harkonnen e a casa imperial Corrino. E ainda me faltaria mesmo assim falar da importância da ecologia no planeta Arrakis, que apesar de um deserto, os Fremen acreditam poder vir a tornar-se num planeta cheio de vida, vegetação e água. E ainda resta a Spacing Guild, os empresários do petróleo lá do sitio, e as Bene Gesserit, mas estas últimas, as bruxas lá do sitio, têm tantas implicações a niveis religiosos que precisava só de um post para elas, e seria um post grande, acreditem.
Tomando a liberdade de fazer a tradução de parte do texto que se encontra presente aqui, ai está para epilogo:
Numa história que explora as interacções complexas da politica, religião, ecologia, tecnologia, e das emoções humanas, o destino de Paul, da sua familia, do seu novo planeta e seus habitantes nativos, bem como do Imperador Padishah, a poderosa Spacing Guild, e a ordem feminina secreta das Bene Gesserit, são todos lançados num confronto que irá mudar o curso da humanidade.
Como costumo dizer: o Star Wars, quando comparado ao Dune, é uma brincadeira de crianças.

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