"The smallest minority on earth is the individual. Those who deny individual rights cannot claim to be defenders of minorities." Ayn Rand

sábado, março 24

Submissão?


O filme 300 tem sido alvo das mais diversas criticas. Ora são os que não gostam do filme, porque é simplesmente mau. Ora porque é demasiado violento. Ora porque é racista. Ora porque é uma ofensa ao Irão.

Para mim o filme é bom, é muito bom. O filme vale pela forma como passa para o ecrã uma história que espera entreter o espectador, com um panorama visual marcadamente arrojado e diferente, e que capta-nos não só por isso, mas também pelos diálogos sempre geniais nas obras de B.D. de Frank Miller.

Ao mesmo tempo remete-nos para a história onde Frank Miller foi buscar a inspiração. A batalha de Thermopylae. Nesta, 300 espartanos com a ajuda de de mais 6700 soldados fizeram face ao poderoso exército de Xerxes I da Pérsia. Um exército de 7 mil soldados assustou um exército que, possivelmente, teria entre 100 mil a 500 mil soldados. No final, os 300 espartanos morreram, mas conseguiram causar uma baixa no exército Persa de cerca de 20 mil soldados, e mais importante do que isso, impediram a progressão Persa por 3 dias, dando a possibilidade às forças gregas de se organizarem e melhor prepararem-se para a batalha decisiva.

A batalha constitui um marco que simboliza o fim das pretensões persas à conquista da Europa, e simbolizará desta forma também, a sobrevivência da civilização ocidental que hoje conhecemos. Claro, que para a história, mais do que a vitória dos espartanos, do que nos recordamos é da superioridade intelectual dos cidadãos de Atenas. Os filósofos e lover-boys, como são apelidados no filme pelo rei Leonidas. Tendemos sempre a esquecer que, em grande parte, foi a sociedade militarizada de Esparta que nos garantiu a cultura grega de que hoje tão orgulhosamente nos dizemos descendentes. Hoje em dia voltamos a travar essa batalha, não me parece é que existam por aí muitos espartanos na Europa para fazer face aos avanços dos neopersas (uma palavra que acabei de inventar).

Os iranianos estão chateados. Pois então não haviam de estar. Xerxes I é retratado no filme como alguém que se considera um Deus. Um Deus generoso, cujo único pedido que exige aos seus súbditos é que se submetam à sua vontade. Pois bem, Islão significa "submissão (voluntária e incondicional à vontade de Deus)". Acho que estamos conversados sobre outro assunto que o filme retrata.

Add to Technorati Favorites Subscribe with Bloglines Subscribe to RSS Feed