José Pacheco Pereira no Abrupto:
Quem não quer que haja referendo sobre a chamada Constituição Europeia não quer democracia na União Europeia. Tão simples e tão grave como isto. Parece, a julgar pelo Expresso, ser o caso de Durão Barroso que está a pressionar o governo para romper com o compromisso referendário do PS e do PSD.
Paulo Gorjão no Bloguitica:
Eis uma pequena amostra da linha de argumentação que nos poderão querer vender em breve: caros portugueses, afinal não será necessário submeter a referendo o texto do tratado em (re)negociação porque, na realidade, tudo não passa de questões técnicas e de simples fórmulas de funcionamento.
Quem não quer que haja referendo sobre a chamada Constituição Europeia não quer democracia na União Europeia. Tão simples e tão grave como isto. Parece, a julgar pelo Expresso, ser o caso de Durão Barroso que está a pressionar o governo para romper com o compromisso referendário do PS e do PSD.
Paulo Gorjão no Bloguitica:
Eis uma pequena amostra da linha de argumentação que nos poderão querer vender em breve: caros portugueses, afinal não será necessário submeter a referendo o texto do tratado em (re)negociação porque, na realidade, tudo não passa de questões técnicas e de simples fórmulas de funcionamento.
E qual é a novidade deste desenvolvimento face à "Nova" Constituição Europeia? Pouca ou nenhuma. Afinal de contas, as coisas sempre foram assim - porque haveriam de mudar? Da mesma forma que nunca submeteram o Tratado de Maastricht à aprovação dos portugueses, e por essa via, aderimos ao Euro sem qualquer consulta referendária aos portugueses, os governantes não vêem nenhum motivo de interesse em levar o novo projecto europeu à discussão pública - o risco é grande, e eles, como sempre, não querem correr o risco de constatarem que o povo não está do seu lado - embora depois - mesmo que a resposta do povo ao novo projecto seja negativa - sempre se ensaiem as respostas do costume: é um voto de descontentamento com a situação interna - pois claro, com a UE todos tem de andar satisfeitos.
Em Portugal o espirito critico é pouco. O considerar que os governantes decidem melhor por nós do que nós decidimos por nós mesmos há muito que é regra generalizada na cabeça de grande parte do povo português - isto apesar de recorrentemente falarem mal daqueles que os governam. O governo também ajuda, o programa curricular do ensino secundário é pró-União Europeia - não favorece praticamente em nada o espirito critico em relação ao projecto europeu - procura levar-nos a aceitar a UE como um dado certo. As poucas questões que coloca na cabeça dos jovens estudantes é como vai a UE evoluir, em que sentido deveremos caminhar, mas nada diz sobre o processo evolutivo já caminhado. E o não questionar o que já se fez, é o primeiro passo para não questionar o que aí vem.
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