Deverá ser preocupação do Estado o número de crianças que os portugueses decidem ter? Em principio parece-me que a decisão de ter ou não uma criança devia ser somente do foro privado de cada um, mas o que leva então o Estado a imiscuir-se na vida intima de cada um? Ora, o motivo invariavelmente vai dar à sobrevivência do modelo social com que nos brindaram. Os custos com as reformas e os cuidados de saude vão disparar a pique, e a malta que efectivamente trabalha não é suficiente para sustentar os restantes. Vai dai é necessário fornecer incentivos estatais para encher a base da pirâmide etária como forma de fazer face ao alargamento do topo da mesma. É a engenharia social no seu melhor.
Meia dúzia de trocados (vindo de todos para alguns) e espera-se milagrosamente que as crianças comecem a ocupar Portugal do Algarve a Trás-os-Montes. No fim, muito provavelmente, a meia dúzia de trocados só irá servir para fazer alguns anteciparem o nascimento dos seus filhos, sem que tal induza a um aumento do número de filhos que iriam ter (com trocados, ou sem trocados).
Querem resolver o problema da pirâmide etária portuguesa e do modelo social vigente? Promovam a vinda de imigrantes para Portugal com politicas de verdadeira integração destes na nossa sociedade. Ao menos estes chegaração em idade adulta e cheios de vontade para trabalhar, sendo evitado logo à partida o custo que uma criança onera aos cofres do estado até chegar à idade adulta.
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