Quem o diz é Philip Pullman, autor da triologia His Dark Materials, cujo primeiro livro vê agora ser feita a adaptação para cinema com o filme The Golden Compass. Pullman claramente não gosta da triologia de Tolkien, chegando mesmo a apelidar The Lord of the Rings como uma obra infantil. Diz ainda mais, diz que "Tolkien is not interested in the way grown-up, adult human beings interact with each other. He's interested in maps and plans and languages and codes."
Sobre The Chronicles of Narnia de C.S.Lewis, Pullman também não tem opinião muito favorável. Em 1998, aquando do centenário do nascimento do escritor britânico, Pullman escrevia no Guardian o artigo "The Darkside of Narnia", onde concluia da seguinte forma: "I haven't the slightest doubt that the man will be sainted in due course: the legend is too potent. However, when that happens, those of us who detest the supernaturalism, the reactionary sneering, the misogyny, the racism, and the sheer dishonesty of his narrative method will still be arguing against him."
Sobre As Crónicas de Nárnia tenho pouco a dizer, também não sou grande fã. Agora sobre Tolkien e o seu magistral O Senhor dos Anéis acho que Pullman falha redondamente na sua análise. Fazia-lhe bem ler um pouco de Tom Shipey. A preocupação de Tolkien com mapas, planos, linguagens e códigos é uma constatação para quem lê a obra, mas não é só isso que lá está presente, nem é isso o que de mais importante se retira da leitura. O livro de Tolkien é todo ele um épico glorioso sobre a natureza do mal e a luta que todo o homem enfrenta para guiar-se pelo valores correctos. O anel como simbolo de poder que consegue corromper até o coração dos mais justos.
Mas Pullman agora terá motivos para ponderação. A "obra infantil" The Lord of the Rings conseguiu fascinar tantos e de todas as idades - quer em livro, quer em filme - e a sua obra "magistral", apesar de um sucesso ao nível do livro, parece destinada a falhar ao nível do grande ecrã (ou pelo menos, a não passar de um êxito modesto). O motivo, como tão bem explica aqui o Alex Tabarrok com ironia, é a falta de direcção do filme (recorde-se que o titulo do filme é A Bússola Dourada). Por outro lado, aqui, Christopher Orr aponta a mesma critica ao filme com a frase "somebody get the director a map."
Sobre The Chronicles of Narnia de C.S.Lewis, Pullman também não tem opinião muito favorável. Em 1998, aquando do centenário do nascimento do escritor britânico, Pullman escrevia no Guardian o artigo "The Darkside of Narnia", onde concluia da seguinte forma: "I haven't the slightest doubt that the man will be sainted in due course: the legend is too potent. However, when that happens, those of us who detest the supernaturalism, the reactionary sneering, the misogyny, the racism, and the sheer dishonesty of his narrative method will still be arguing against him."
Sobre As Crónicas de Nárnia tenho pouco a dizer, também não sou grande fã. Agora sobre Tolkien e o seu magistral O Senhor dos Anéis acho que Pullman falha redondamente na sua análise. Fazia-lhe bem ler um pouco de Tom Shipey. A preocupação de Tolkien com mapas, planos, linguagens e códigos é uma constatação para quem lê a obra, mas não é só isso que lá está presente, nem é isso o que de mais importante se retira da leitura. O livro de Tolkien é todo ele um épico glorioso sobre a natureza do mal e a luta que todo o homem enfrenta para guiar-se pelo valores correctos. O anel como simbolo de poder que consegue corromper até o coração dos mais justos.
Mas Pullman agora terá motivos para ponderação. A "obra infantil" The Lord of the Rings conseguiu fascinar tantos e de todas as idades - quer em livro, quer em filme - e a sua obra "magistral", apesar de um sucesso ao nível do livro, parece destinada a falhar ao nível do grande ecrã (ou pelo menos, a não passar de um êxito modesto). O motivo, como tão bem explica aqui o Alex Tabarrok com ironia, é a falta de direcção do filme (recorde-se que o titulo do filme é A Bússola Dourada). Por outro lado, aqui, Christopher Orr aponta a mesma critica ao filme com a frase "somebody get the director a map."
Afinal, ironia das ironias, embora fosse evidente para meio mundo, o que distingue a obra de Tolkien de todas as restantes é exactamente aquela preocupação com os mapas, planos, linguagens e códigos. Não vai faltar quem culpe o relativo insucesso da adaptação de His Dark Materials ao cinema em relação ao The Lord of the Rings com o trabalho do realizador, mas tivesse Chris Weitz o mesmo mundo com que trabalhar que teve Peter Jackson e a história poderia ser outra.
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