Discute-se no Prós e Contras, a juventude.
O poeta urbano, Sam, the kid, é quem supostamente representa os jovens no painel principal - na prática, representa pouco mais que uma minoria muito reduzida de jovens da sociedade portuguesa. Fica a pergunta, porquê que sempre que se faz um programa qualquer sobre o tema juventude, têm sempre de ir buscar para representar os jovens, tipos que se encaixam num determinado cliché sobre a juventude? Será assim tão dificil encontrar um tipo normal para representar a juventude?
E para piorar as coisas, tive de esperar pelas palavras de João Almeida (na foto), líder da Juventude Popular, para me sentir representado no programa. Focou a minha causa: a liberdade. E ainda foi buscar o tema da blogosfera, referindo a enorme quantidade de jovens que hoje se expressam por este meio.
Claro que Fátima Campos Ferreira, baseada no preconceito, latente também no pensamento de Miguel Sousa Tavares, não deixou passar tal referência sem fazer a critica ao anonimato. Pois bem, aqui neste meu blog, não me escondo sobre a capa do anonimato, e mesmo que me escondesse, não vejo onde estaria o problema. Uma das maravilhas da blogosfera é por vezes, esse mesmo: o do anonimato. Não sei quantos blogues frequento cujo autor não revela o nome, que eu não faço a minima ideia quem é que está à frente do teclado, de onde saiem aqueles posts maravilhosos que eu adoro ler, e mais que isso, não me interessa minimamente que o mesmo dê a cara. Gosto assim, à sombra do anonimato a conversa fluí mais limpa, o post sai mais intimista, menos falseado.
Eu abdiquei do anonimato, os meus amigos sabem que tenho este blog. A minha familia sabe que tenho este blog. Faz-me pensar duas vezes antes de postar alguma coisa mais intimista. É assim a vida, as coisas normalmente não são preto e branco, há uma série de tonalidades lá pelo meio. Por isso, essa conversa do anonimato, já irrita.
Mas mais irritante ainda, foi a conversa da jovem da juventude comunista, que se seguiu ao melhor interlocutor da noite. Contraste total com as palavras que João Almeida tinha proferido segundos antes. Enquanto o João Almeida gostava que o estado nos desse liberdade para nós fazermos o que bem entendéssemos da nossa vida, a jovem comunista, quer que o Estado faça a nossa vida, e queixa-se do Estado, não porque este não nos deixe fazer a nossa vida, mas porque este tem nos dado uma vida má, quando nos devia ter dado uma vida boa.
Na juventude, há os que se queixam do que o Estado não faz por eles, há os que se queixam do que o Estado não lhes deixa fazer. Eu gosto de estar no segundo grupo.
Jorge Ricardo Andrade de Assunção
PS: o rui fez também um post a focar a excelente (breve) prestação de João Almeida.
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