"I don't want to be a secretary," said Cohen, who enters the army in 18 months. "I want to fight."
Esta frase sai da boca de uma rapariga israelita de 16 anos e dá que pensar. E esta forma de pensar não será muito diferente da forma de pensar de uma rapariga de 16 anos palestiniana. A forma de luta assumida por cada uma é que poderá ser drasticamente diferente.
A esta forma de pensar não será alheio o facto do povo israelita saber, por experiência própria bastante penosa, que só lutando é que poderão manter-se livres. Mas também do lado palestiniano, não estarei muito enganado se dizer que estes, só lutando, é que poderão tornar-se livres (o que não implica concordar com a forma como lutam, nem contra quem lutam).
Representará isto uma espiral sem solução para o conflito israelo-palestiniano? Espero que não, mesmo porque a situação seria facilitada se os palestinianos percebessem que é nas potências árabes da região, que sempre quiseram expulsar os israelitas da região à força, que se encontra o principal adversário à sua verdadeira liberdade. Enquanto o estado de Israel se sentir ameaçado, não só pelos palestinianos, mas por todos os que o rodeiam, dificilmente as tréguas poderão ser alcançadas.
Mas na Europa só culpamos um lado: os israelitas e os seus aliados americanos. A Siria e o Irão por exemplo, raramente são apontados como culpados pela situação vivida na região. É que na Europa, ao contrário da jovem israelita Cohen, ninguém want to fight. E por isso o melhor é não criar ondas e não identificar inimigos. Culpemos os amigos, e esperemos que estes resolvam a situação dos outros, daqueles que não ousamos identificar. Pena que os nossos amigos, como se viu no Iraque, na ânsia de resolverem os problemas, ainda criam outros... e nós, do alto da nossa superioridade intelectual, olhamos de cima e apontamos os erros... até nos damos ao prazer de sorrir com os problemas deles... como se o problema não fosse também nosso.
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