"The smallest minority on earth is the individual. Those who deny individual rights cannot claim to be defenders of minorities." Ayn Rand

sábado, dezembro 22

O Ano em Revista (Cinema e Música)

O cinema em 2007 esteve em alta, ou pelo menos assim parece. E assim parece porque boa parte do que parecem ser os bons filmes de 2007 ainda não estrearam nos Estados Unidos, quanto mais em Portugal. Torna-se assim complicado fazer uma análise do que foi efectivamente a produção cinematográfica do ano. Filmes como Into the Wild; Atonement; Sweeney Todd; The Darjeeling Limited; Charlie Wilson's War; There Will Be Blood; e No Country for Old Men; apesar de serem colheita de 2007, só em 2008 serão vistos nas salas portuguesas. E se nestes ainda se compreende, o caso de 3:10 to Yuma parece-me incompreensível - e confesso que já vi o filme.

Claro que os óscares influenciam, e de que maneira, o timing de exibição dos filmes em questão. É por demais evidente que os filmes que saiem no final do ano levam vantagem sobre os exibidos nos primeiros meses do ano. A esse propósito refira-se, por exemplo, Zodiac. O filme de David Fincher foi um dos que na minha opinião marca o ano que passa, mas é completamente esquecido para as cerimónias de entrega de prémios deste final de ano. Estrear a 2 de Março nos Estados Unidos, é caminho certo para o esquecimento.

A titulo pessoal gostei muito dos filmes 300, Rocky Balboa e Stardust. Dos blockbusters de verão as triologias deram-se mal. Nem o terceiro Spider Man, nem o terceiro Pirates of the Caribbean, chegaram sequer aos calcanhares dos seus antecessores. Qual foi então para mim o grande blockbuster deste verão que passou? O Transformers de Michael Bay.

Quentin Tarantino deixou a sua marca este ano com Death Proof, que apesar de não passar de mais do mesmo a que Tarantino nos habituou, e portanto faltando-lhe alguma originalidade, não deixa de ser um dos meus filmes do ano. Os Simpsons estrearam-se no ecrã gigante em grande, mas a comédia que mais gostei de ver foi Knocked Up.

O Eastern Promises deixa para a posteridade a luta sangrenta numa sauna em que Viggo Mortensen aparece tal como Deus o colocou no mundo, e Elizabeth: The Golden Age foi para mim uma enorme desilusão. Outra desilusão veio por parte daquele que tentava imitar o sucesso de The Lord of the Rings, The Golden Compass deixou muito a desejar. E o cinema português - este ano com o sucesso Corrupção, para o ano já com o previsto filme do Morangos com Açuçar (suspiro) - não é uma desilusão, é mais uma resignação à mediocridade subsidiada (suspiro, novamente).

E de cinema em 2007 estamos conversados, se bem que, como é sabido, a verdadeira leitura do ano fará-se depois dos óscares.

Em relação à música, confesso que não sou um grande consumidor de álbuns e o meu consumo é mais avulso, daí o universo em análise ser mais limitado. Recentemente ando a ouvir, e a gostar do que oiço, Amy Winehouse e o seu Back to Black (se bem que este álbum foi introduzido no mercado nacional a 4 de Outubro de 2006). Dois álbuns para recordar deste ano que passa são o Sound of Silver dos LCD Soundsystem e White Chalk de PJ Harvey. De bandas sonoras de filmes o que mais tocou cá por casa foi a música do filme Death Proof. Do universo de artistas portugueses, destaco o Dreams in Colour de David Fonseca.

O álbum In Rainbows dos Radiohead, apesar de eu particularmente não ter gostado do mesmo, fica registado pela forma original como foi lançado no mercado - através de download gratuito pela internet - só quem desejava é que poderia contribuir para a banda, e parece que a banda nos primeiros tempos não se deu mal com tal ideia.

Como desilusão destaco o álbum Not to Late de Norah Jones - sinceramente, pouco se ouviu por estes lados, e eu sou um admirador confesso da cantora nova iorquina. Pelo contrário, outras três musas da música moderna continuaram a fazer-se ouvir, Alicia Keys com o seu As I Am, Katie Mulua com o seu Pictures e Carla Bruni com o seu No Promises.

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